sábado, 22 de dezembro de 2007

Aí vem a Versão Brasileira!

O site Espaço Palavra Editora e Arte, do setor de brinquedos e licenciamentos, fez uma entrevista com a diretora de licenciamento, marcas e eventos do Cartoon Network Enterprises no Brasil, Adriana de Souza, divulgada na sua publicação bimestral Licensing Brasil (nº 18, de Novembro/ Dezembro de 2007):
Licensing Brasil – Novas propriedades entrarão no portfólio do licenciamento da empresa? Quais?

Adriana de SouzaTemos muitas novidades para 2008.
Vamos comemorar os 10 anos de As Meninas Superpoderosas, o lançamento da nova série As Meninas Superpoderosas: Geração Z em anime, feito no Japão, nova série e especiais com Ben 10, novos episódios dos nossos desenhos favoritos e novas séries de animação. O Cartoon Network promete o maior número de lançamentos da sua história em 2008 e nós vamos acompanhar. Sua TV tá ligada? (Risos).

Portanto, eis o nome brasileiro do animê:
As Meninas Superpoderosas: Geração Z

O primeiro passo está dado. Falta agora definir qual estúdio de dublagem comprará os direitos da versão brasileira. Obviamente, a expectativa é de que algum esdio carioca seja o responsável, pois o desenho americano foi dublado na Cinedeo (Rio de Janeiro), e também o que se espera é que o elenco original também seja mantido para os personagens que foram mantidos, o que parece ser muito complicado. Claro que o interesse da diretora não é apenas quando as Superpoderosas Z chegarão, mas também quanto o Cartoon vai faturar, afinal, o desenho de As Meninas Superpoderosas é a "gansa dos ovos de ouro" do canal.

Adaptações da versão brasileira
Nomes dos Personagens
  • Hyper Blossom ou Momoko Akatsutsumi = Florzinha; Rolling Bubbles ou Miyako Goutokuji = Lindinha; Powered Buttercup ou Kaoru Matsubara = Docinho. Parecia inconcebível trocar os já consagrados nomes brasileiros Florzinha, Lindinha e Docinho, mas usaram os apelidos como nomes próprios de humanas normais. Não parecia ser nada interessante que elas se transformem bradando "Hiperflorzinha!", "Lindinha Rolante!" (uh...) e "Docinho Potente!"; eu já havia citado no orkut uma simples solução: Florzinha Z, Lindinha Z e Docinho Z, e essa sugestão apareceu novamente num fórum. Além disso, os nomes com prefixos são ditos apenas durante a transformação das Meninas. Nas demais ocasiões elas são chamadas apenas por Blossom (Florzinha), Bubbles (Lindinha) e Buttercup (Docinho), como no original. Seria impossível de se aceitar, por exemplo, Momoko como Bertha, Miyako como Beatrice e Kaoru como Betty (exemplos tirados do episódio 68 das Meninas americanas, Oops, I Did it Again). Enfim, esperávamos por tudo isso, menos que seus nomes de batismo fosse os mesmos diminutivos sem sobrenome;
  • não se justificou trocar os nomes de: o Prefeito, Professor Utonium, Senhorita Bello, Senhorita Keane, Fuzzy Confusão, Princesa, Sedusa, os Meninos Desordeiros (Durão, Explosão e Fortão), Polvi, Ele e Gangue Gangrena e quase todos seus integrantes. "Quase todos" porque Little Arturo é, ou pelo menos parece, uma menina, e foi dublado(a) por uma mulher e fazendo voz de mulher. Os americanos não entenderam isso, e fizeram o impossível: mudaram o sexo do Snake;
  • Amoeba Boys = Garotos Ameba. falta na lista também o Trio Ameba. No animê o nome é Amoeba Boys (tradução literal do inglês: Meninos Ameba (como se todos fossem do sexo masculino)): quando o trio se apresenta, a ameba-fêmea Lady imediatamente replica dizendo que é uma garota. Não faria sentido a Lady falar isso replicando o nome Trio Ameba, mas sim Amoeba Boys. Se o nome Trio Ameba fosse mantido, seria preciso adaptar a fala de Lady nesse ponto, mas resolveu-se no Brasil traduzir como Garotos Ameba. Sejam machos ou fêmeas, é fato que na vida real ameba não tem gênero.
Vale ressaltar que o possível anglicismo dos nomes faria o animê perder em naturalidade e em fidelidade.

Dubladores confirmados



Iara Riça
: como Momoko, ela precisa distanciar a nova personagem da antiga porque Momoko é muito desinibida, fala mais rápido que a Florzinha, tende a se apaixonar de repente por qualquer rapaz bonito, é louca por doces e solta algumas pérolas.



Christiane Monteiro: fez a voz da Lindinha, o mais importante de seus trabalhos. Tem uma personalidade semelhante a de algumas de suas personagens.
De fato, Miyako não um nível tão alto de inocência e doçura quanto a Lindinha, mas não deixa de possuir e com destaque tais características, além de ser bobinha como a original. O diferencial é que Miyako nasceu como uma humana normal, e desenvolveu essas virtudes como uma menina normal, e não como uma heroína nata. Seja como for, a voz da Chris é indispensável para o sucesso da Geração Z.

Luisa Palomanes: dubladora da Docinho. Muito boa em dublar personagens com comportamento flexível, como a Camila (Chiquititas 2000) e Lola (Lola & Virginia). Mesmo dublando personagens mais dóceis (Estelar, de Jovens Titãs), é perfeita em personagens temperamentais. É a melhor escolha para o papel de Kaoru.

Mário Cardoso: como Professor Utonium, teve uma atuação exemplar. Porém, diferentemente do novo Professor, o primeiro era um verdadeiro paizão. Por o último não ser pai das Meninas, sua personalidade paternal (ou mesmo maternal) diminui um tanto, já que é pai só de Ken apesar de tratar as Meninas como se fossem de sua família. Sua parte "careta" também diminuiu bastante, mas continua atencioso. Por fim, sua parte infantil foi transferida ao Ken. Nada que impeça o ator/dublador de ter um bom desempenho, caso seja escolhido.


Do
mício Costa: sua voz combinou com o Prefeito de Townsville, e combina com o Prefeito de Tóquio Nova Townsville também. A única diferença entre os dois Prefeitos é que o segundo não é aquela figura bizarra.



Andréa Murucci
: dublou sem problemas a Senhorita Keane. Se ela for chamada, só deverá não fazer a voz de "mamãe" usada para a então professora da pré-escola Carvalhinho.


Dilma Machado: foi impecável como Srtª Bello. Tem uma voz compatível com a dubladora japonesa e, pelo menos, com o corpo da personagem, já que Bello continua a não mostrar seu rosto.

Jorge Vasconcellos: consagrada voz do Macaco Loco, teria que esquecer a imponência do personagem para fazer as vezes do novo e afobado. Jorge dirigiu a dublagem do seriado americano, e agora dirigirá As Meninas Superpoderosas: Geração Z, também na Cinevídeo.

Marcia Morelli
: interpretou a Sedusa no desenho americano. Faz apenas a versão monstro de Sakurako Kintoki.


Miriam Ficher: Princesa em As Meninas Superpoderosas. Não teria dificuldade nenhuma para dublar Himeko Shirogane, já que a ricaça continua mesquinha e com a "vozinha irritante" (no bom sentido) que a Miriam sabe fazer bem.

Ricardo Juarez: sabe fazer várias vozes; não poderia assimilar demais a voz do Fuzzy americano com o japonês. Fuzzy agora está menos grosseiro, além de inexplicavelmente terminar suas frases falando "temonda" ou "ttenamonda", que pode ser facilmente trocado por alguma palavra provinda do "mineirês".


Episódios que ainda não foram censurados
No episódio 20, quando os Meninos Desordeiros nascem, os meliantes praticam travessuras passíveis de censura: urinar sobre pedestres e dar "arriba-saias" nas Meninas. Vamos esperar para ver até que ponto vão picotar o episódio.



No episódio 36, Momoko aparece com sua calça de gisnástica "sabotada". Vejamos o que vão inventar para retalhar a cena. O problema é que essa é a cena principal no episódio, e se fizerem um corte aí, o sentido dele vai se perder
completamente.


Por fim, há no episódio 31 o "efeito boing" da Sedusa sobre Sōichirō. Sedusa simula um tropeço para atirar-se sobre Sōichirō e ver a reação dele. A cena não contribui para o enredo do episódio, mas contribui um tanto para o humor.


Abertura e encerramentos
O que mais abalou quem estava na espera da versão brasileira foi o uso da pífia abertura americanizada (uma seqüência de retalhos das duas aberturas japonesas com cenas dos episódios, unida a uma deplorável "música"). As seis músicas em japonês (duas aberturas e quatro encerramentos) foram reduzidas a um terço da duração (90 para 30 segundos) e se revezam como encerramentos.
  • Encerramentos:
    • Kibou no Kakera, da cantora Nana Kitade, nos episódios 6x+1 (ep. 1, 7, 13, etc.). Abertura no Japão, do episódio 1 ao 26;
    • Mayonaka no Door, da cantora chinesa Yifei Liu, nos episódios 6x+2 (ep. 2, 8, 14, etc.). Encerramento no Japão, do episódio 1 ao 13;
    • Look, da dupla Halcali, nos episódios 6x+3 (ep. 3, 9, 15, etc.). Encerramento no Japão, do episódio 14 ao 26;
    • Jig the Upper, do grupo Hoi Festa, nos episódios 6x+4 (ep. 4, 10, 16, etc.). Abertura no Japão, do episódio 27 ao 52;
    • Toori Ame, do trio wiz-us, nos episódios 6x+5 (ep. 5, 11, 17, etc.). Encerramento no Japão, do episódio 27 ao 39;
    • Himawari, da banda Hearts Grow, nos episódios múltiplos de 6 (ep. 6, 12, 18, etc.). Encerramento no Japão, do episódio 40 ao 52.
漢字, ひらがな e カタカナ
(se você estiver vendo ??, ???? e ????, a culpa não é do Cartoon Network)
Muito da escrita japonesa foi simplesmente... apagado, quando muito, substituída por caracteres do nosso alfabeto. Nas cenas em que placas aparecem em inglês, a troca até ajuda (crianças que falam inglês — Austrália, Austrália, Austrália, etc.), mas sempre tem um ou outro letreiro sem nada escrito, e episódios já tiveram momentos bizarros (mas não tão comprometedores) em que os personagens lêem num espaço em branco (memorável episódio 16).

Vídeo da edição de colecionador
Quase nunca lembramos dos DVDs com episódios de Demashita! Powerpuff Girls Z, lançados apenas no Japão. Nesses DVDs, alguns erros feios nos desenhos foram corrigidos. Como conferimos no episódio 5 brasileiro, uma cena muito mal desenhada tinha sido corrigida, o que comprova que episódios como o 34 (que a Momoko fala sem a boca aparecer) estão aperfeiçoados.


Infelizmente, Geração Z não é uma produção muito caprichada visualmente, por isso, o estúdio e os dubladores que forem fazer a tão esperada versão brasileira terão que se dedicar e ter, até mesmo, ternura para que o animê não decepcione nem os fãs, nem a Adriana de Souza. Ademais, todos sabem de que grupo é a culpa num eventual fracasso.

3 comentários:

  1. parabéns pelo post. senão se importa de novo, vou por no blog, te creditando (até porque é nosso membro honorário lembra?) então vou colocar como matéria depois você lê tudo bem?

    e parabéns pelo texto, vocÊ foi a fundo mesmo.

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  2. Waa, realmente vc tem se dedicado a esta causa hein hehe!

    Sinceramente, tomara que o anime venha e com qualidade, acho que é issoque todos os fãs não só das Meninas como de animes em geral esperam!

    Tenho também muita curiosidade de conhecer a série, e espero que a versão brasileira não me faça ter "medo" dela, como acontece com inúmeros animes que são trazidos para cá!

    Vamos torcer galera! \o

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  3. Tô sim; é sempre bom para mim acreditar que eu tive a capacidade de criar esse blog \o/ E ganhei sem querer um pontinho no Otaku no Tesuto!

    Falei com o Ricardo Juarez hoje e ele disse que é bom rezar para que a versão brasileira seja feita no Rio. Todos acham que só no Rio que PPGZ vai ter a produção e dedicação que merece.

    O dublador Vasconcelos não dirige mais e o que era narrador não mora mais no Rio. Isso não arruina as coisas, mas complica.

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